A Peça em cima do Selim...

Do livro “It’s not about the bike”:

“Eu sabia que estava voando num contra-relógio quando nada além das minhas pernas se mexiam...”

Originalmente a postagem retrasada não era pra chegar nesse nível, mas comentários no blog e conversas com os amigos me levaram a “adiantar” esse assunto.

Vamos começar pelo seguinte: Não importa se você tem o quadro mais aerodinâmico do mundo, por mais que ele tenha sido testado em túnel de vento, projetado pelos melhores engenheiros do mundo e colocado a disposição dos melhores ciclistas do pró-tour, na melhor das hipóteses ele não cobriu nem 10% dos diferentes tipos de atletas. E ao se considerar o conjunto bicicleta mais ciclista, o último acaba contando pela maior parte do arrasto aerodinâmico produzido.

Portanto...

Conforto é aerodinâmico

Nossas referências são muito distorcidas nesse sentido, a gente assiste um CRI do Tour, vê a posição do David Zabrinskie em cima da bike e acha que aquilo é o nosso objetivo... Grande erro!

Acho que 2007 foi o ano em que as “super bikes” invadiram o IM Brasil, eu estava lá para assistir e pude ver aquela enxurrada de Cervélos P3, várias Trek TTX e outras bikes “do momento”em ação. Lembro perfeitamente de ficar parado no retorno do ciclismo e cansar de ver atletas em cima de bikes caríssimas já não conseguindo mais ficar “clipado” simplesmente porque eles não estavam mais confortáveis depois de 90km de pedal, e com mais 90km pela frente daquele jeito, eles estariam igualmente servidos com uma caloi 10!

Eu sei que a maioria deles treinou com a bike, e fez bons treinos antes da prova. Mas honestamente falando, em quantos treinos a gente consegue simular as condições de um circuito como IM Brasil? 4, 5, 6 horas direto na mesma posição, sem parar pra por o pé no chão, sem descanso para a lombar nem para as pernas? Eu pelo menos NUNCA consegui fazer um.

Como bem disseram o Eng e o Ciro nos comentários deles, é tudo questão de marketing, afinal de contas é disso que vive a indústria. Eles lançam um equipamento e fazem você acreditar que precisa desesperadamente daquilo para ser melhor – sendo o próprio Ciro uma prova de que isso não é verdade com sua bike de alumínio (que diga-se de passagem já foi campeã em Kona com tempos semelhantes aos que são registrados hoje).

O que eu acho? Sinceramente eu gosto disso. Eu sou fanático por bikes e se pudesse compraria todas, testaria todas e ia achar os prós de todas. Pra mim isso sempre serviu como um incentivo pra melhorar, treinar e se dedicar mais... BOYS TOYS J

Top 10 Bikes em Kona

1. Craig Alexander (AUS)
Bike: Orbea Ordu

Aerobar: Shimano Pro

Grupo: Shimano Di2

Rodas: Shimano Pro 75 traz, 50 diant

Selim: Fizik Carbon Arione Tri

Power meter: SRM
Tempo: 4:37:33

2. Chris Lieto (USA)
Bike: Trek Speed Concept

Aerobar: Bontrager

Grupo: SRAM Red

Rodas: Bontrager Aeolus

Selim: Fizik Arione

Power meter: PowerTap
Tempo: 4:25:10 * melhor tempo 2009

3. Andreas Raelert (GER)
Bike: Blue Triad SL

Aerobar: Aerus TTB Carbon

Grupo: SRAM Red

Rodas: Zipp 808 / 1080

Selim: Fizik Arione

Power meter: nenhum
Tempo: 4:38:00

4. Chris McCormack (AUS)
Bike: Specialized Shiv

Aerobar: Specialized integrated
Grupo: SRAM Red
Rodas: Zipp 808 / 1080

Selim: Specialized Toupe

Power meter: nenhum (Treina com SRM)
Tempo: 4:32:44

5. Rasmus Henning (DEN)
Bike: Boardman TT Air

Aerobar: Zipp Vuka

Grupo: SRAM Red
Rodas: Zipp 404 / 1080

Selim: Fizik Arione Tri

Power meter: SRM
Tempo: 4:37:07

6. Timo Bracht (GER)
Bike: Giant Trinity Advanced SL

Aerobar: Giant integrado
Grupo: Shimano Dura-Ace

Ruodas: Xentis Squad 5.7 / Mark 1 TT

Selim: Velo Timo Bracht

Power meter: SRM
Tempo: 4:33:49

7. Dirk Bockel (LUX)
Bike: Max Lelli Liger

Aerobar: Hed

Grupo: Shimano Dura-Ace

Rodas: Hed Jet 60 / 90

Selim: Selle Italia SLR T1

Power meter: SRM
Tempo: 4:37:28

8. Pete Jacobs (AUS)
Bike: Azzurri Chrono Pro

Aerobar: Hed

Grupo: Shimano Dura-Ace

Rodas: Hed Stinger

Selim: n/a

power meter: n/a
Tempo: 4:38:41

9. Andy Potts (USA)
Bike: Kuota Kueen K

Aerobar: Shimano Pro Missile

Grupo: Shimano Di2
Rodas: Zipp 404 / 808

Selim: ISM Adamo (road)

Power meter: nenhum
Tempo: 4:46:06

10. Faris Al-Sultan (GER)
Bike: Storck Aero 2

Aerobar: Storck

Grupo: Shimano Di 2

Rodas: Xentis Mark1 TT

Selim: Fizik Arione Tri

Power meter: SRM
Tempo: 4:33:40

It's not About the Bike...


Embora o titulo seja o mesmo do livro, nada a ver com Lance Armstrong.

Este ano que passou, na minha opinião foi o ano de maior evolução tecnológica das bikes de triatlo / CR, após um período de estagnação e até mesmo um certo grau de regressão em algumas marcas específicas. Assistimos um “boom” de designs e projetos perfeitos na construção de quadros.

A Specialized lançou o que hoje é considerada a bike mais rápida do mundo (lógico que qualquer quadro colocado entre as pernas no Cancellara será um potencial candidato a este titulo J); a Trek com a Speed Concept, bike que somente Lance Armstrong, Alberto Contador e Chris Lieto tiveram acesso; As indecentes Plasma 3 da Scott (que ainda não vieram e nem devem vir tão cedo para o publico triatleta); As cervélos P4 (blah) dentre outras, utilizam o que há de melhor, mais moderno e mais caro em construção de quadros. Investimentos que passam das centenas de milhões de dólares em tecnologia!

E o que isso refletiu no campeonato mundial semana retrasada em Kona em termos de performance? Nada... zero... nenhum recorde batido!

Os anos de 2005 com o recorde estabelecido pelo Tobjörn Sindbale, que foi arrebentado em 2006 pelo her Staddler (4h18min) prometiam um efeito dominó nos tempos de pedal em Kona, o que ficou longe da verdade. Andei pesquisando, e depois que o Normann destruiu a concorrência em 2006 nada ficou abaixo da casa das 4h24min – lógico, isso é assustadoramente rápido para um percurso daqueles, mas onde foram parar os milhões de dólares investidos em tecnologia?

Será a Kuota Kalibur uma bike imbatível em termos de tempo em Kona? Embora eu tenha uma e goste muito da performance, DÚVIDO que esta seja a verdade!

E olha que não estou levando em consideração o salto tecnológico de rodas, aerobars, capacetes, sapatilhas, pedivelas e outras coisas.

Na minha cabeça, o que fica é a seguinte idéia – independente da bike que você use, o aumento do desgaste para se chegar perto desses tempos é absurdo, e como o pedal é apenas uma fração do dia, não vale a pena arriscar!

Outra contradição em Kona são as Cervélos P3... Quase todo mundo tem uma, e a bike não consegue um campeonato mundial, um recorde de pedal! e aquela que é a bike mais vitoriosa do mundo em provas de Ironman continua a ver navios no Hawaii. Fico imaginando o que aconteceria com essas (que já são as bikes mais vendidas para o triatlo), se ela tivesse um campeonato mundial?!?!?

E embora a maior parcela de investimento no nosso esporte venha para o ciclismo, não têm sido ele que tem decidido os campeões mundiais L


Tour de France 2010



Parceiros de equipe em 2009 mas inimigos na estrada, Lance Armstrong e Alberto Contador voltaram a se encontrar nesta quarta-feira. Eles estiveram na apresentação do percurso de 2010 da Volta da França, que foi vencida pelo espanhol Contador nesta temporada - a atração em 2009 foi justamente o retorno de Lance da aposentadoria.

E, enquanto os dirigentes se preocuparam em mostrar o trajeto para a próxima edição da competição, que terá 3.600 km em 20 etapas, os ciclistas voltaram a trocar algumas alfinetadas. Pela parte de Contador, tirando Lance da lista de "grandes rivais" para as próximas disputas. Já o norte-americano afirmou que não é só o espanhol que o preocupa nas competições.

Contador elegeu Andy Schlek como adversário a ser batido. "Ele é meu principal rival. É o corredor que está mais próximo e com quem tive batalhas nas montanhas. Ele ainda sabe se beneficiar dos contrarrelógios", elogiou Contador, bicampeão do Tour.

Sobre a edição de 2010, ele fez elogios ao percurso. A prova terá mais etapas de montanha do que na última edição, sendo que a cadeia dos Pirineus, na última semana, definirá o resultado. "Será um Tour mais duro do que o de 2009, e as montanhas serão mais importantes para o geral do que o contrarrelógio", analisou.

Lance Armstrong, que tentará mais uma vez o octocampeonato da Volta da França, também citou Andy Schlek, de Luxemburgo, como um dos favoritos, assim como o irmão de Andy, Franck. Outro que deve despontar, segundo ele, é Bradley Wiggins, britânico.

Sobre o percurso, ele avaliou que haverá mais probabilidades de uma corrida mais aberta, depois de um Tour dominado por Contador em suas etapas finais. Na próxima edição, os rivais não serão mais companheiros de equipe, já que Lance criou seu próprio time, a RadioShack.

Uma novidade para 2010 é que o Tour saíra de Roterdã, na Holanda, passando por Bruxelas e Spa, na Bélgica, antes de entrar na França. A chegada, como é tradicional, terá como destaque o Champs Elysees, em Paris. A competição vai de 3 a 25 de julho.

Mexendo no time

Dizem que em time que está ganhando não se mexe, certo? Eu nunca fui fã de fazer mudanças significativas durante a temporada, mas alguns acontecimentos me fizeram tomar a decisão de adiantar a estréia da minha nova bike para este ano.

O quadro Wilier Cento Crono, ia ser usado até o final do ano para provas de pista... mas que provas? Primeiramente a federação paulista de ciclismo organizou o troféu Mário Covas de Pista com duas etapas e em NENHUMA DELAS teve prova de perseguição individual. Motivo? Toma muito tempo!?!?!? É... essa mentalidade vai ter que mudar MUITO nos próximos 6 anos! Depois, o campeonato brasileiro de pista que estava marcado para os dias 31/out e 1/nov foi mudado para o final de semana do Long Distance de Pirassununga, e como esta é a "minha" prova este ano infelizmente não vou poder participar do brasileiro que vai acontecer no velódromo do Pan (agora, das olimpíadas) no Rio.

Relutei muito, mas acabei montando a Wilier e agora ela tem 4 semanas pra me convencer que vai conseguir ser pelo menos tão rápida quanto a Kuota ;-)

Ontem estive no Rogerinho acertando os finalmentes e gostei muito do fit.

Chamando Sr. Boardman

Hoje, o programa era ter ido testar no velódromo, mas era lógico que ia chover no dia da estréia, então mudei os planos e o treino e passei pra "Hora da Dor" no rolo...

Lembra das dicas do Sr. Recorde da Hora? então, usei a versão que eu mais sofro daquele treino: uma hora intercalando 1 minuto acima de 400w e cadência na casa dos 50 RPM, com 1 minuto de giro leve e cadência acima de 90 RPM. No final acaba sendo 30 minutos de trabalho em potência de VO2 e um trabalho de força que é impossível duplicar na estrada, a não ser que tenha uma subida de 1h de duração.


Não deu pra ter idéia do quanto a bike anda, mas com certeza já deu para perceber que eu não perdi força na posição nova e nem vou precisar de muito tempo pra me adaptar, apenas alguns ajustes finos antes do primeiro treino longo dela na estrada.

No final do treino parece que as coxas ficam "gelatinosas"; o toque de crueldade do treino foi que o ventilador quebrou... e correr depois não foi uma tarefa fácil, mas nunca é :-)