“Por que, no dia da prova, as coisas não acontecem como nos treinos?” do meu grande amigo Marcão C.B. logo depois de sair da tenda medica no 70.3 sábado passado.
É... as coisas não acontecem como nos treinos mesmo. Talvez porque em prova, por mais que a gente tente controlar o “incontrolável” ainda tem muita coisa que a gente não se prepara para enfrentar. Isso realmente é péssimo, mas olhando pelo lado bom, graças à essas variáveis as provas são tão emocionantes... Se não, pra que assistir uma prova do Phelps, do Bolt, um jogo do Federer????
Não sou fã do 70.3 Brasil, nem vou entrar no mérito dos porque J, mas é sempre bom competir contra os melhores e infelizmente é pra Penha que eles vão.
Pré prova:
As expectativas não eram lá essas coisas... Eu não costumo e nem gosto de me enganar em relação à minha performance, e sabia muito bem que embora o pedal estivesse OK e pronto pra ser testado, a natação e a corrida estão longe da melhor forma, e no caso da última eu sei que a melhor forma nunca foi boa o suficiente pra poder ser testada.
De qualquer maneira eu tinha minhas expectativas honestas quanto a prova e pretendia usar a melhor combinação possível no dia.
A Prova:
Com 400m de prova as coisas quase foram por água abaixo (literalmente). Algum cristão resolveu nadar peito na primeira bóia e me acertou uma bela patada no maxilar – O estalo foi tão grande que eu achei que tinha quebrado, ou perdido algum dente... comecei a escutar um assobio no ouvido e bateu uma baita tontura, achei que ia apagar mesmo. Parei, boiei de costas, e comecei a apanhar mais e mais... Nunca, nem numa largada de IM com mais de 2500 atletas eu apanhei tanto. 1o sinal de que o 70.3 Brasil estava superlotado.
Sei lá como, eu saí da água e nem preciso dizer que a natação que já não andava essas coisas, me deixou profundamente “de bode”.
Ainda tava atordoado na T1 e devo ter perdido umas 300 posições só pra tirar a roupa de borracha, colocar um capacete e pegar os gels.
Na bike, segui com o plano somente nos primeiros 20km, na boa e sob controle... A partir daí voltei ao plano “A” e resolvi tirar o atraso.
Pela primeira vez em anos, estava usando um monitor de FC na bike, junto com o medidor de potência, e tinha dados suficientes para não ser estúpido. Mesmo assim eu resolvi ser... O bom, é que com tanta medida bem na sua cara, mesmo sendo burro a gente consegue minimizar os estragos – Alguma coisa a gente tem que aprender, né? J
O relógio apitava a cada 30 min pra eu comer... comi e bebi de acordo com o plano.
Entrei na T2 pensando em sentir o peso nas pernas... o que por incrível que pareça não aconteceu.
Pela primeira vez na vida também, saí pra correr com um GPS e o medidor de FC acoplado. Foi bom, consegui dosar a “empolgação” do começo e talvez prolongar um pouco aquela sensação de pernas boas. A coisa ia muito bem e dentro do plano até a marca dos 13km. Estava com o pace pouco abaixo dos 4’50”/km o que é “voar” no meu mundo. Mas como não há bem que dure para sempre, dos 13 aos 15km comecei sentir um pouco, e dos 15 em diante puxaram o plug da tomada. Foi a maior quebrada da minha vida na corrida, não que o tempo tenha sido muito pior que o “normal”, mas eu nunca fui do céu ao inferno como aconteceu Sábado – normalmente, na corrida eu vou do purgatório ao inferno... Mas eu vou levar essa sensação como uma coisa boa, e até mesmo uma evolução J
Bom, terminei a prova. Baixei meu tempo de 2008, mas provavelmente nunca mais volte pra Penha... Pra mim, simplesmente não vale a pena. É uma prova que não dá prazer. A organização é boa, mas o percurso é completamente sem graça e a fiscalização, uma palhaçada.
O legal do final de semana foi poder conhecer os rostos por trás dos nomes, e dos perfis de Twitter, Blogs, Facebooks e etc.. como o mais novo grande “pequeno” amigo, o Wagner do MundoTri que tem feito um trabalho excelente no meio do esporte. Além de poder trocar idéias e informações com atletas topo de linha, como Ciro Violin, Rafael Brandão, Chicão, Topan, Fabio Carvalho, Santiago, e etc...
Ainda falando em atletas top, queria deixar registrado os parabéns à excelente performance dos meus companheiros “regionais”: Sebá, Lemão, Enrique (mexicano) Talita, Aninha e a super bi-campeã Van Gianinni.
Parabéns também à todos que completaram a prova.
LODD