Ontem foi um dia “daqueles”. Que a gente não sabe se fica muito feliz por ter finalmente encontrado algo que procuramos por muito tempo ou se fica “P” da vida por ter gasto tanto tempo e energia batalhando atrás e depois de percorrer mais da metade do caminho as respostas aos pedidos aparecem assim, como que do nada!!!
Dia 11 de fevereiro na Vélotech em Campinas, foi apresentado o “Centro de Desenvolvimento de Performance – Vélotech”, e eu tive o prazer de poder estar presente. Uma parceria entre o Pipo (Vélotech) e o Prof. Dr. José Luiz Dantas.
Um resumo do curriculum do Zé Luiz aqui provavelmente ia fazer meu Blog ser tirado do ar por excesso de informação, mas vamos colocar mais ou menos assim: O Zé Luiz é um cara que qualquer meia hora de papo sobre treinamento e ciclismo pode levar facilmente umas 4-5 horas. Ele é um daqueles “poucos” que alia a teoria acadêmica com a paixão e a prática pelo ciclismo; segundo suas próprias palavras, o objetivo dele na vida é diminuir o “abismo” que existe entre o mundo teórico (acadêmico) e o prático. E, ao julgar pelo que eu vi ontem, ele construiu uma ponte com 4 pistas, asfaltadas e iluminadas nesse “abismo”.
Fazia muito tempo que eu não me impressionava tanto com alguma coisa relacionada ao esporte!
Esqueçam avaliação de capacidade física, avaliação de técnica ou biomecânica. O que eles estão oferecendo para o atleta é, resumindo... Um Centro de Desenvolvimento de Performance (óbvio, né?). Um lugar onde testes são realizados e avaliações de capacidade informados, mas isso não é nem o começo.
A partir de uma série de “eventos” (por falta de palavra melhor para descrever) eles se propõem – e pelo que eu assisti, conseguem com louvor – à fornecer ao atleta sério e ao seu técnico toda as ferramentas necessárias para direcionar o treinamento e evoluir com uma margem de erro muito pequena.
O que eles oferecem:
Teste de incremento de potência - para identificação de limiares e zonas de treinamento em potência, freqüência cardíaca ou até mesmo percepção de esforço – palavras do Zé Luiz durante a apresentação “pensem em mim como um general indo pra guerra, se vocês me derem um míssil teleguiado eu faço minha parte, mas se me derem um revólver 38 eu vou pra cima do inimigo do mesmo jeito”, portanto eis um cara que vai trabalhar com aquilo que você possui e não com aquilo que ele desejaria que você possuísse!
Teste de Time Trial (Contra Relógio) – para determinar potência e freqüência cardíaca de limiar de lactado, além de medir ganhos durante as fases de treinamento.
Análise de mecânica de pedalada – distribuição de força no ciclo de pedalada que é feito em uma sessão a parte mas também é cruzada com a analise do teste de Time Trial. Essa foi uma das partes que mais me saltaram aos olhos durante a apresentação. Primeiro ele mostrou números de quanto se ganha somente por melhorar a técnica, mas ele colocou informações sobre como a fadiga muscular influencia na performance e quais os músculos que limitavam essa performance – aqui, muito do que eu achava que sabia desmoronou. Segundo, porque eles não vão simplesmente “falar” ou “mostrar” pra você o que você deve fazer para corrigir isso. Eles têm 10 sessões de “start neuromuscular”, que segundo ele (Zé Luiz) é o que vai fazer você começar a mudar sua técnica para melhor.
E por último eles têm o Bike Fit, que é somado a todo o conjunto de serviços, agregando ou não informações dos outros testes e análises.
Resumindo, é um tipo de prestação de serviço que a gente só vê lá fora!
Lógico que a explicação de todo o sistema foi muito bem fundamentada com os dados de estudos que ele mesmo conduziu na UNICAMP, com ciclistas amadores e profissionais. Desde a validação do protocolo dos testes (que são feitos sem grandes parafernálias com a sua própria bicicleta, num computrainer usando um monitor de FC que mede variabilidade de batimentos cardíacos um a um), nada de máscaras atrapalhando sua respiração nem agulhadas para tirar sangue... E o que eu mais gostei, numa sala climatizada com um BAITA ventilador na tua cara!
Além de tudo isso ainda estavam presentes dois ciclistas que participaram dos estudos na UNICAMP e estão sendo treinados pelo próprio Zé Luiz. Sendo um deles meu amigo Renato Ruiz (ex Caloi) que está atualmente correndo pela SCOTT – Marcondes de São José dos Campos – a única equipe brasileira com licença transcontinental da UCI.
Um comentário:
LODD,
Parabéns aos envolvidos. Precisamos de outros como esse Brasil afora. Pena que Campinas fica longe.....
ab.
Max
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