Internacional de Santos


Antes de mais nada, olha quem vai estrear no percurso esse ano...


Uma parceria com o grande "artista" Ed da EdGrafix e a CTBike... Eu gostei bastante mesmo sem ter pego na mão ainda - Agora com um capacete desses é melhor voar ;-)

Ano passado na última etapa do Troféu Brasil, troquei e-mails com um companheiro de equipe e grande amigo que queria pedalar abaixo de 1h. Potencial pra isso ele tinha de sobra por isso mandei algumas dicas que eu achava que poderiam ser úteis para tal feito (veja bem, ele é um cara que chegava sempre perto na casa dos 62-63min para o percurso).

Como o Internacional de Santos ta batendo na porta e muitas das dicas se aplicam para aquele percurso da mesma maneira, seguem alguns trechos e alguns comentários relevantes para o percurso em si:

Bom,

Já que vc vai embora da categoria mesmo, vou ser bondoso e ajudar no seu "quest" pra pedalar abaixo de 1h em Santos - Lógico que isso não é pra qq um, mas como eu acredito que você é mais do que capaz de realizar aqui vão uns toques que as vezes vc pode estar comendo bola e que no final das contas acabam surtindo um ganho razoável

1o e mais importante, o percurso lá não tem 40k portanto não é um bicho de 7 cabeças, eu acredito que fazer 40kph de média dá e sobra pra sair pra correr com menos de 1h de pedal + transições

O percurso do Internacional também não tem os 40km cheios, talvez um pouco mais do que o Troféu Brasil, mas é um percurso bem mais rápido portanto mais fácil de baixar de 1h na minha opinião.

2o e mais importante ainda: o negócio começa pra valer na portuária. Até vc chegar lá a idéia não é fazer força mas sim economizar e preparar pra "guerra". Eu poderia entrar num monte de teorias fisiológicas do porque eu acho que isso acontece, mas não tô com paciência... essa você vai ter que confiar em mim - além do mais, você já me viu fazer isso váaaarias vezes e sabe que funciona. Sai na boa da T1, não precisa sprintar nem sair que nem um animal, todo mundo que te passar até a portuária vai voltar antes da 1a volta. Pode acreditar.

Desculpem pelo palavreado, mas era um papo entre “brothers” J.

Entrando um pouco nos porques, a idéia de se começar uma esforço de CR na boa é porque primeiramente a gente nunca esta “na boa” os efeitos do descanso pré prova e a adrenalina da competição acabam com o seu poder de julgar o que é fácil e o que é difícil a esta altura da prova, fazendo você queimar cartuchos importatíssimos sem perceber. Além do mais, por mais longa que seja a transição em Santos o sangue leva um tempo pra estar fluindo nas pernas e irrigando a musculatura adequadamente após a natação, e sair “queimando” da T1 pode provocar aquela sensação de perna pesada o pedal todo sem produzir potência eficiente.

Quanto ao trecho de “pegar leve” no Internacional , fica com os primeiros 3-4km, na parte mista do percurso antes de entrar no acesso a Anchieta. Acreditem, a Anchieta proporciona MUITO chão para tirarmos qualquer atraso dos primeiros kilometros!

Uma vez na portuária é baixar a cabeça e fazer força, força bruta é o melhor. Pode socar uma 53x14-12 e girar pesado. Isso normalmente permite que você fique com a FC mais baixa e não se mexa tanto em cima da bike. Clipa e só sai do clip pra fazer as curvas. Lembra sempre de relaxar os braços e ombros, isso ajuda no balanço da bike, tira a tensão e comanda toda tua força pras pernas (que é onde vc precisa delas).

Isso não é corrida onde os braços ajudam no impulso, quanto mais estático os braços estiverem, melhor!

No Internacional, onde se lê “portuária” entenda-se “Anchieta”. O sentimento tem que ser de força, mas nada descontrolado. Ano passado, acompanhando a prova eu vi alguns atletas girando acima de 120RPM, quicando no selim e desperdiçando uma montanha de energia, sem contar a freqüência cardíaca que fica altíssima nesses casos – Vale lembrar que o Internacional é sempre uma prova MUITO quente e úmida, onde hidratação é a chave pra não “derreter” na corrida. Uma contração muscular mais forte e prolongada ajuda a manter a percepção de esforço mais baixa e com isso mais facilidade de ingerir líquidos.

Como a Anchieta é uma reta, pra não ficar perdendo tempo e nem causando arrasto aerodinâmico desnecessário, se você (como eu) não gosta dos aerodrinks, a hora que entrar na rodovia pega uma caramanhola e segura ela entre o clip – Não vai ter necessidade de sair do clip nem de ficar passando muita marcha, por isso é só apoiar a caramanhola nos aerobars e lembrar de beber. "Mata" uma antes do retorno e joga fora, já que eles te dão outra neste ponto, e volta da mesma maneira.

Se estiver ventando, usa só uma marcha a menos contra o vento, nem que você tenha que girar mais pesado - contra o vento essa é sempre a melhor estratégia.

O mesmo se aplica para o Internacional, com a diferença de que na volta se estiver ventando contra vale “serrar” no muro de proteção pra se esconder do vento. Só cuidado com sujeira nessa parte da pista pra não furar um pneu e acabar com a brincadeira.

Cotovelos: Essa é a parte onde eu vejo o pessoal mais perder tempo - Ao chegar perto, vai aliviando marcha, tem que estar leve o suficiente ao ponto de que, no momento antes de vc deitar a bike pra fazer a curva uma última girada de pedal tem que ser "quase no vácuo", sem pressão. Aí, a hora que você sair da curva é passar marcha acelerando até entrar na velocidade de cruzeiro de novo.

Sem sacanagem, eu faço as duas fechadas da portuária no volantinho, e a única vez que eu baixei de 54min eu fiz a do retorno da 1a volta também, mas esse último o ego sempre joga contra e eu acabo sendo "bruto" :-)

Não tem tanta importância para o Internacional, mas vale ficar ligado no retorno, qualquer desperdício de energia é…. Bom, um desperdício de energia J

Fora isso é concentrar o tempo todo em fazer força e se mover só para a frente. Presta atenção se vc sentir que começa a se bater pros lados ou pra cima e pra baixo, relaxa foca e volta pro plano.

Normalmente nas partes rápidas (portuária indo e av do canal sentido portuária na 2a volta) vc vai querer ver velocidades na casa dos 45kph, mas não se prende muito nisso porque isso pode variar muito com as condições de clima. O que realmente vai interessar é foco, concentração e força!

O mesmo vale para a parte rápida na Anchieta, sempre que as velocidades de “cruzeiro” estiverem acima dos 43-44kph você ta no jogo!

E, se as condições de vento não estiverem radicais o retorno na casa dos 29min (se você pegou leve no começo) deixam uma margem de uns 3min para as transições.

* As dicas acima se aplicam praqueles que estão na casa dos 62-63min há algum tempo e acreditam que podem baixar... àqueles que estão muito fora dessa faixa, é complicado usar essa estratégia principalmente pelo fator do desgaste pelo tempo extra no percurso, e aí vai depender de um monte de outras variáveis para uma estratégia eficiente.

Boa prova à todos!

LODD

Em Tempo: O amigo da troca de e-mails fechou a bike+transição em 59'55"

9 comentários:

Alexandre Gantus disse...

Agora deu até vontade de fazer a prova só para fazer força no pedal...

Boa prova lá domingo.. não vai humilhar os pro ok???

Abração,

Ale Gantus

DIARIO ATE O MUNDIAL disse...

muito bom as dicas...valew.

Marcos Apene do Amaral disse...

Valiosas dicas!
GAMBARE, MAA

Sebastian disse...

Caraca Lodd, tou rindo sozinho aqui lembrando de quando vc mandou esse email e de toda a tiração de sarro que veio antes e depois.
Tenho teu e-mail guardado até hoje, essa realmente foi "a" dica. O fato é que sem acrescentar nenhum treino, sem nenhuma preparação específica baixei em 2-3 min o pedal em Santos. Meus tempos de Santos tão todos no site, sempre 1:02...1:03 e na última etapa de 2009 os 0:59 para coroar a saída da categoria :-)

Boa prova no Internacional a todos os que vão.
Abraços,
Sebá

Gui disse...

Estou indo pro meu segundo internacional de Santos.
No primeiro que foi o ano passado fiz um tempo de 1 hr e 6 min, minha bike não era de TT e minha roda também nao era de carbono e tinha mais uma, meu banco estava baixo pra mim. Resumindo amadorismo total.
Porém este ano estou muito mais treinado, já tenho mais experiencia e vou correr com uma Kuota Kueen-k com rodas de carbono.
Você acha que da pra seguir seu conselhos? Ou ainda devo ir na minha mesmo?
Vleu
Abraço
Gui

Talita Saab disse...

Oiee,

Agora vi como ta bunitoo!!digno do seu pedal!!!

bjos e até amaha

LODD disse...

Alê, você tinha baixado de 2h hoje lá...

Sebá,foi bacana mesmo, ainda mais presenciar você passando pela T2 que nem um ANIMAL e atropelando a Talita com a tua bike... Agora, dica pra baixar de 55min eu não dou porque parece que a cronometragem da prova não consegue acompanhar. Eles simplesmente desapareceram comigo da listagem :-(

Gui, desculpa por não ter respondido a tempo, mas só hoje fui ler os comentários. Como foi na prova? hoje o circuito estava bom pra fazer tempo...

Tá, diz aí... ao vivo ele ficou xou né?

Bom, fiquei feliz de saber que tem muito maluco por aí testando as coisas que eu escrevo (e lendo esse blog) depois da prova 6 pessoas vieram comentar que tinham seguido as dicas e baixado tempo... bem legal isso!

Abs

LODD

Gui disse...

Hahahahaha
Eu fui um dos que testaram suas dicas!!!!
Valeu
Falei com vc na retirada da bike da transição, eu não quis falar na hora mas a pergunta ai de cima foi minha. Hehehe.
Resultado: 1 hr 00 min e 28 seg
Me faltou apenas 29 segs para quebrar, mas demorei um pouco na T2 e ainda por cima não estava com sapatilha de tri, que me atrasou também.

cfportugal disse...

Não tinha lido esse post pré-prova, mas fiquei olhando seu capacete ahahahah, só não comentei na hora, mas achei muito animal, sensacional, ficou muito legal mesmo !!!!
sobre as dicas, se um dia voltar a fazer provas desse acéfalo do Núbio, com certeza tentarei essa estratégia.
Lodd, parabéns pela prova e principalmente pela corrida, conseguiu segurar bem o rítmo, gosto quando consegue correr bem.
A respeito de "cagarem" com seu tempo, dá um desconto, o cara é novo no ramo, ele usa oq é de mais moderno em cronometragem, mas é a primeira vez dele com esse novo sistema de vélcro nas pulseiras com nanochips e inteligencia arificial kkkkkkkk
melhor rir do que chorar mesmo...