6h30min perfeitos de prova, mas os últimos 67min...
Manhã friazinha e garoa fina em Caiobá. Cerca de 80 atletas estavam alinhados na largada do primeiro (espero que de MUITOS) Thunder Race, num clima tão amistoso e descontraído que mais lembrava os (saudosos) simulados que o próprio Célio organizava em Pirassununga. Altíssimo astral de uma galera pra lá de motivadora. Muitos atletas dando o primeiro passo em direção ao IM. Alguns veteranos nas ultra distancias, o grande tri-campeão mundial de Ultraman... todos alinhados para a largada. Mas nada como a presença de Ana Lidia Borba. Eu sei que ela já tinha retornado às provas (ou pelo menos parte delas) um final de semana antes, mas poder presenciar essa retomada, que tenho certeza será astronômica dava uma sensação maravilhosa!
Alem do saudável e muito amigável desafio entre Cheetara e Willycat (numa alusão aos Thundercats, uma brincadeira que surgiu entre mim e a Ariane Monticelli via Twitter). Esse ano os “confrontos” entre os dois estava empatado. Com uma lavada no long de Caiobá no começo do ano por parte dela, e uma vitória apertada minha no 70.3 de Penha.
Saí da água bem contente na casa dos 40min. Pela primeira vez esse ano consegui nadar bem. Se a medida estava certa é a incógnita que sempre fica, mas tinha uma correnteza que compensava qualquer erro de marcação de bóia. Duas voltas, sem traumas e sem apanhar (como é bom poder largar de verdade numa natação, e não ter que lutar).
Ciclismo, por incrível que pareça essa era a parte que mais vinha me tirando o sono antes da prova. Eu precisava deixar o Ego em casa e pedalar com a cabeça muito mais que com as pernas. O dia era longo e eu sabia que não tinha essa endurance toda dentro de mim ainda. Coloquei meus limites “anti estupidez” e desta vez obedeci! 250w de target de potência e nada mais que 140bpm, aquele que cruzasse a linha primeiro ditava o limite.
Era um circuito de 4 voltas, e a primeira volta foi a que exigiu mais força de vontade pra não sair do plano, depois fica mais natural. A hora que abri a segunda volta o Alexandre Ribeiro apareceu na minha mira, uns 200m a frente. Conversa minha comigo mesmo: “Relaxa, você não precisa ultrapassar... o cara corre 84km provavelmente num ritmo maior do que você corre os 10km, alem do mais ele é um campeão e em vez de querer mostrar alguma coisa, relaxa e aprende!” pronto, mantive meu modo de “cruzeiro” e toquei o barco – Ponto pra mim J
De repente no começo da terceira volta ele cresceu na minha frente, sem eu ter aumentado nada de potência. Ainda conferi umas duas vezes antes de passar pra ver se não estava fazendo caca mesmo, e continuei com o meu plano: Come, bebe, respira, foca... Na última volta sei lá porque a frente da minha bike começou a desmontar. O suporte que prende o powertap no lugar caiu, saiu da base de encaixe. Eu tentei arrumar sem parar a bike, mas isso tava tomando tanto tempo que eu desisti. Encostei e arrumei... não muito bem porque uns 2km depois tive que parar de novo pra acertar de vez. Ainda no final do pedal começou a soltar meus CO2... foi um bom teste de paciência e fez a última volta passar “rapidinho” J.
No powertap (descontando as paradas) marcava 4h4min de pedal e um pouco mais dos 150km pré estabelecidos. 250w de media de potência e 133bpm de media. Tinha comido muito e me hidratado muito. Estava confiante que ia correr!
Na corrida o primeiro “check do sistema” foi bom... a FC ainda estava baixa, as pernas incrivelmente boas (2a vez esse ano heim!?) E na minha frente só tinha o Guilherme Manocchio (BEEEEM na minha frente). Com 2km de prova o Ribeiro me passa de novo (por causa dos percalços na bike a gente já tinha trocado de posição algumas vezes e eu tava achando o máximo) só que dessa vez eu sabia que era a última, pelo menos na mesma volta.
Estava no sexto quilometro de prova, quase no final da primeira volta quando cruzei com a Cheetara... putz, será que tava com vantagem suficiente??? Bom, num dia normal seria suficiente mas existe dia normal em provas longas?
No meu “pré prova” eu queria, e achava que seria capaz de correr os 28km em 2h30min, e até a metade da terceira volta estava dentro dos planos, já sentia o cansaço e as pernas mais pesadas, mas com certeza ainda estava no jogo... foi quando a casa caiu L
Comecei a passar mal e vomitar muito... era água. Óbvio que tinha feito alguma cagada, mas ainda não tenho certeza do que. Talvez ingerido líquidos demais num dia frio – esse sinal já vinha desde o pedal onde eu fiz xixi 4 vezes. Talvez começado a corrida mais forte do que devia. Talvez falta de sais minerais. Ainda não sei, mas aquilo foi punk a partir do 20o km.
Parei de beber água e só tomei uma coca cola no retorno pra última volta, o que não melhorou muito. No 23o km de prova perdi a 3a colocação, e no 24o a quarta colocação também se foi, junto com o desafio Willycat (que àquela altura mais parecia o Snarf apanhando do Mumm Rá) versus Cheetara, que no momento da ultrapassagem ainda parou e me deu forças pra terminar a prova...
Ajudou bastante, vi que mais um concorrente direto na categoria vinha chegando e decidi não entregar de jeito nenhum a posição. Não devia ter mais nada no estômago mesmo, então só tive que controlar as pernas pra não tropeçarem e correr pra frente! 7h36min. 5a colocação e 2o na categoria.
Bom, mas ainda tem MUITO trabalho à ser feito antes do IM.
A Prova do Célio.
Não tem o que falar da prova. Perfeita! Local, organização, atenção aos atletas, medalhas e troféus de 1a linha, camisetas, caramanholas personalizadas. O cara mandou muito bem nos mínimos detalhes. Ofereceu traslado do aeroporto para o hotel, dois jantares sendo um de massas na noite anterior à prova e um de premiação depois da prova. Espero mesmo que essa prova vire uma realidade no calendário e que muito mais atletas prestigiem a partir do ano que vem. Com certeza a história do ThunderManiac me pegou de jeito.
Vácuo:
Numa prova em um circuito tão aberto e com poucos atletas, ter vácuo seria uma vergonha. E realmente não houve, salvo por um atleta cujo número eu realmente gostaria de lembrar pra colocar aqui visto a vergonha que foi ver ele andando de “Tandem” atrás do Alexandre Ribeiro por mais de 80km, até que a organização depois de várias advertências o tirou de lá!
Agora vou descansar e retorno aos treinos em novembro. O calendário de pista não para entretanto, mas como pedalar pra mim é terapia... rsrsrs
Abs
LODD